Uma corrida desleal e injusta no setor de bebidas do Paraná

O mundo corporativo atual pode ser, de certo modo, comparado a uma corrida de bike. Primeiro, você treina para criar habilidade e resistência contra seus adversários, na sequência adquire alguns equipamentos, que inicialmente podem não ser os melhores e, para compensar essa dificuldade, você estuda as melhores estratégias para a corrida, que, somadas a treinos diários e dedicação, irá te levar a brigar de igual pra igual com os demais.

Para que essa comparação fique mais exata, falta apenas um componente, o ESTADO, que pode ser comparado aos FREIOS da bicicleta. Claro, não para todas as empresas, pois enquanto algumas estão SEM os freios, outros estão com ele PUXADO.

Um grande exemplo nesse sentido ocorre no setor de bebidas do Paraná. Lá a maior empresa de bebidas do mundo, Ambev, corre a corrida sem qualquer tipo de freio, enquanto as demais, por mais que pedalem, estão com os freios puxados pelo Estado. Isso se deve ao fato de que o governo do Paraná, em vez de incentivar quem mais necessita ou fazer isso de maneira igualitária, optou por ajudar a empresa mais rica do setor de bebidas do mundo.

Explicitando a questão, tem-se que a Ambev possui benefícios fiscais nas mais diversas esferas dentro do Paraná, no ICMS, na modalidade de substituição tributária, paga 10% a menos; no ICMS Próprio, possui benefício para se creditar de 75% do valor devido quando vende para fora do estado. Se quiser comprar matéria-prima, máquinas e equipamentos, e qualquer ativo imobilizado, seja de dentro ou fora do Brasil, também não precisa pagar ICMS, e isso é só a ponta do iceberg.

Para sermos sinceros, o estado não só tirou os freios da Ambev, como colocou um motor de 1.500 cilindradas na bicicleta deles. Enquanto alguns pedalam com suas próprias pernas e esforços, a Ambev é turbinada pelo estado.

Fica a questão: como ganhar essa corrida?