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Indústrias regionais de bebidas estarão fora da copa do mundo

Por Portal de Bebidas Brasileiras| 07/05/2014

Pequenos produtores brasileiros estão impossibilitados de expor seus produtos no mundial de futebol que trará ao País cerca de um milhão de estrangeiros

Às vésperas da Copa do Mundo, as 12 cidades-sede realizam os últimos preparos para o maior torneio de futebol do planeta, que começa no dia 12 de junho e vai até 13 de julho. Mais uma vez, o poder público do Brasil cede espaço para as grandes corporações e prejudica os pequenos e médios produtores de bebidas, que não poderão vender seus produtos nas arenas.

Em Brasília, por exemplo, uma das cidades-sede da Copa, há o refrigerante Cerradinho, no mercado desde 2002, nos sabores guaraná, laranja, cola, uva e limão. Em Belo Horizonte são comercializados os produtos da Taça de Cristal, Jota Efe e Cibal. Já no estado de são Paulo existe o Refrigerante Piracaia, o Chope Kalena, a Cervejaria Colorado e muitas outras pequenas indústrias. Por sua vez, em Fortaleza, é possível encontrar as bebidas da Mais Sabor e assim sucessivamente.

Na opinião do presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros, a Copa do Mundo e outros eventos de cunhos culturais, sociais e esportivos representam uma excelente oportunidade para apresentar para o mundo as características e os produtos de cada região do Brasil. “Se o governo brasileiro possibilitasse a competitividade de maneira igualitária, haveria espaço suficiente para cada Estado mostrar suas características com bebidas e alimentos, os fatores mais importantes na história humana, bem como sua produção, distribuição e consumo”.

Por outro lado, as pequenas indústrias brasileiras são incluídas apenas quando o assunto é imposto e aumento de alíquotas, conforme explica Bairros. “Por medida recente do governo (Portaria MF nº 221/2014), o setor de bebidas terá um aumento percentual de 30%. Hoje, as pequenas indústrias têm impostos fixados absurdos. Como se não bastasse essa realidade, elas são impedidas, por conta de acordos entre o governo e as multinacionais, de conquistar espaço nos mercados, restaurantes, shows e eventos em geral. As grandes corporações têm um forte esquema de distribuição, produzem em larga escala, pagam bem menos em impostos, investem altas quantias em propaganda e marketing e, por isso, detém a maior parte do mercado. Isso tudo gera uma concorrência totalmente desleal”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Refrigerantes – Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros.

Tributos

Em relação à alta carga tributária das bebidas regionais, de acordo com Bairros, nenhum outro produto no Brasil tem um sistema tão complexo. “Inclusive, muitas fábricas estão fechando suas portas. Nos últimos 14 anos, mais de 600 pequenas empresas foram à falência. Isso é extremamente danoso, pois os pequenos negócios têm papel fundamental para alavancar o crescimento do País e os pequenos empreendedores já encontram facilidades para abrir e manter seu estabelecimento, mas quando o assunto é o setor de bebidas, a impressão que o governo passa é de falta de interesse na continuidade das atividades das indústrias regionais”.

Diante dessa situação, o presidente da Afrebras defende mudança nessa sistemática que vem sendo imposta há anos pelo governo brasileiro: “A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, de uma maneira geral, expõe que uma tributação justa é aquela que privilegia o patrimônio e a renda. Contudo, no setor de bebidas brasileiro é diferente: promove a desigualdade e a concentração de renda”.

As indústrias regionais de bebidas compõem uma fatia expressiva no total de pequenas empresas nacionais, as quais são responsáveis por empregar direta e indiretamente mais da metade da população economicamente ativa, possuindo um papel importantíssimo no desenvolvimento sócio econômico do País.