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Ministra da Agricultura desaprova imposto do pecado proposto por Guedes

'Tem que ter uma avaliação mais profunda, isso não é do dia para a noite', afirma Tereza Cristina

Por Folha de São Paulo| 12/02/2020

Propostas do ministro Paulo Guedes (Economia), o aumento da tributação da cesta básica e o chamado “imposto do pecado” sobre álcool, cigarro e açúcar são ideias reprovadas pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

“Tenho certeza de que o ministro Paulo Guedes não quer causar inflação”, afirmou ao programa de entrevistas da Folha e do UOL em estúdio compartilhado em Brasília.

Tereza Cristina, Ministra da Agricultura, durante entrevista para a Folha e UOL no estúdio em Brasilia – Ian Cheibub/Folhapress

“Tem que ter uma avaliação mais profunda. É um debate que não é [resolvido] do dia para a noite, e temos muita dúvida sobre isso”, disse.

A ministra diz que se posiciona, a princípio, contra a medida. Mas ressaltou que os debates internos vão continuar para tentar se chegar a um “denominador comum”.

A ministra também minimizou as concessões feitas pelo Brasil aos Estados Unidos na área agrícola sem aquele país conceder nada em troca na área. Para ela, às vezes é preciso recuar para depois ganhar.

Também reconheceu que o governo pode ter falhado na política ambiental, disse que a liberação de agrotóxicos aumenta a produtividade das plantações e ainda defendeu o projeto de lei recém-criado pelo governo para liberar cultivo em área indígena.

Imposto do pecado

A princípio, sou contra. O açúcar no momento é muito complicado [de tributar a mais], e o álcool também. Sou contra porque está sobrando açúcar no mundo, com preço muito defasado. O etanol, queremos implementar esse mercado.

Então, isso vai ser discutido no governo para que possamos chegar a um denominador comum e ver o que vai progredir dentro dessas taxações.

O cigarro já tem uma taxação altíssima. Tem a cultura do fumo, muito importante no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e exporta muito.

Então teria de ver o impacto em cada um desses setores.

Desmatamento na Amazônia

[O governo] pode ter falhado, sim. Às vezes, as falhas vêm porque não temos uma agilidade na legislação. Isso [perda de cobertura vegetal do país] não pode ser debitado na conta deste governo.

Estamos achando soluções para preservar, porque a biodiversidade brasileira é importantíssima. E muito mais para o Brasil do que para o mundo. Porque nossa economia pode ser fortalecida com isso.

Agora, você vai passo a passo. Você não consegue fazer do dia para a noite a regularização fundiária, e ela é a base de toda essa estratégia.