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Preservação da história empresarial estreita relacionamento com a sociedade.
Por Portal de Bebidas Brasileiras| 19/08/2021
“Um povo que não conhece a história está fadado a repeti-la”. Essa frase é atribuída ao escritor Irlandês Edmund Burke, autor de diversos livros, entre eles o famigerado “Reflexões Sobre a Revolução na França”, no qual estão as bases do conservadorismo moderno, mas além das ideologias políticas, essa frase expressa a importância de se conhecer a própria história almejando a auto identificação das pessoas como um povo, de forma que através de uma avaliação fria do passado se possa fazer planos para o futuro.
Notoriamente, a preservação da memória tem um papel importantíssimo dentro da sociedade, mas, em relação às empresas, será que a preservação serve de algum modo à instituição?
Toda instituição do ponto de vista arquivístico e administrativo tem uma relação orgânica com a sociedade, ou seja, é afetada e influenciada por sua relação com o ambiente onde está inserida. A empresa participa da história e também é autora dela, na medida em que contribui com a vida dos indivíduos (colaboradores, clientes, entre outros). Não é possível falar sobre a história da empresa, em um espaço hermeticamente fechado ou separado da sociedade.
Entrando na questão da importância da memória para o setor de bebidas, fazendo uma pequena análise do setor de bebidas brasileiro, percebe-se que há um grande problema na livre concorrência dentro desse mercado, partindo do princípio que a produção de refrigerantes no Brasil teve início no século 20, com empresas produzindo refrescos, muitos feitos a partir de suco de fruta misturado com água gaseificada.
No final da segunda metade do século, houve a entrada de grandes produtores no país, a história do setor passou por várias mudanças, entre elas a introdução das embalagens PETs no começo dos anos 90, a implementação do plano real em 1994, incluindo a abertura no decorrer dos anos 90.
Todos esses acontecimentos influenciaram os produtores de forma positiva e negativa e, hoje, infelizmente, esse setor está dividido entre grandes produtores, que têm o aval do Estado e recebem benefícios fiscais sem precisar. Esses são apenas alguns exemplos de fatos históricos do setor que servem para demonstrar como os acontecimentos da sociedade afetam as empresas. A situação também pode ocorrer com acontecimentos e mudanças estruturais dentro das empresas, gerando alterações positivas e negativas para a sociedade, como o aumento de renda regional, a diminuição do desemprego, entre outros.
A verificação desses efeitos e acontecimentos da percepção da empresa se faz possível através da preservação da memória. O termo memória empresarial surgiu no século 20, numa tentativa de organizar arquivos empresariais com caráter histórico na Europa. Uma empresa que participou desse processo foi a Siemens AG, da Alemanha.
Memória empresarial também pode ser empregada no estudo da biografia de gestores, para observar os diferentes tipos de gestão, descobrindo assim as melhores técnicas de administração, medindo a sua eficiência de acordo com os acontecimentos e pensamentos de cada época.
A história da empresa comunica muita coisa à sociedade, seus posicionamentos, sua contribuição em momentos de crise, tudo isso faz com que se obtenha respeito e admiração das pessoas, e, internamente, faz com que os colaboradores e gestores tenham noção da sua identidade. Esses detalhes conquistam as pessoas, todos trabalham com mais afinco quando sabem exatamente os desafios que moldaram a instituição e que fazem com que as rotinas sejam realizadas da forma que são e não de outra.
Flavio Augusto, no blog Geração de Valor, dá um conselho que deveria ser a diretriz de qualquer instituição: “Ao conquistar a mente de alguém, você terá um colaborador. Conquistando o coração, você tem um aliado.”
A maneira como a história serve à comunicação tanto externa quanto interna é incrível, é possível usar a memória para se aproximar de clientes, colaboradores e fornecedores. E você amigo associado o que tem feito pela memória da sua instituição? Já contou sobre as suas contribuições para sua cidade?