Brasília
Hoje
27ºC
19ºC
Amanhã
27ºC
19ºC
IBOVESPA | 0,30% (126.511,72 pontos)
Na última semana, o dólar comercial atingiu pela primeira vez na história a marca de 6 reais. O aumento ocorreu em meio ao anúncio do pacote de corte de gastos e do aumento do limite de isenção do Imposto de Renda.
A movimentação ocorreu entre os dias 28 e 29, quinta e sexta-feira respectivamente. A sexta-feira começou registrando altas nas cotações, chegando a R$6,11, por volta das 10h15. O ritmo desacelerou após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad prestarem declarações. Assim, o dólar fechou o dia sendo vendido a R$6,001, com alta de apenas 0,19%.
O aumento representa, em valores nominais, a maior cotação desde a criação do real. A divisa subiu 3,21% na semana e encerrou novembro com alta de 3,8%. O euro comercial encerrou o dia com alta de 0,41%, vendido a R$6,348. O Banco Central não interveio no câmbio.
Rodrigo Pacheco afirmou que a elevação da isenção do Imposto de Renda será condicionada para R$5 mil à situação fiscal. Já Haddad apontou, em um evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que existe a possibilidade do governo revisar medidas do pacote fiscal enviadas ao Congresso.
Para o empresário brasileiro, os efeitos podem ser sentidos no curto e longo prazo. Isso porque, em um primeiro momento, o preço das importações deve aumentar já que o dólar é usado como base para as negociações. Como consequência, o valor da gasolina importada também sobe. Toda a logística de transporte das empresas nacionais é impactada pelos novos preços.
Para as empresas também pode ocorrer uma diminuição da margem de lucro. Os preços mais caros elevam o custo de produção e, no fim, o valor cobrado pelo produto final precisa acompanhar a tendência de elevação. Com isso, a indústria precisa estar atenta para a formação de estoque indesejado pela falta de demanda, reflexo dos preços mais altos para o consumidor.
No cenário interno, produtores tendem a exportar suas produções para lucrarem em dólar, pois o real segue desvalorizado. Da mesma forma, esse comportamento vale para os investimentos.
O Banco Central tem se esforçado para controlar a inflação. Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou o início do ciclo de alta da taxa Selic para controlar o ritmo da atividade econômica. Essa última alta histórica do dólar faz com a entidade permaneça nesta posição mais restritiva. Com os juros mais altos, o consumo diminuiu e isso deve impactar no desempenho das empresas brasileiras.
Com informações da Reuters e da Agência Brasil