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Setor industrial sofre com a política monetária restritiva adotada pelo Banco Central
Por Portal de Bebidas Brasileiras| 02/06/2025
Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o crescimento da indústria no primeiro trimestre de 2025 foi prejudicado pelos juros elevados e o aumento das importações.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor apresentou uma pequena variação negativa (-0,1%) no PIB (Produto Interno Bruto) nacional no primeiro trimestre deste ano, o que pode ser considerado como uma situação estável.
Entre os motivos apontados pela entidade para este cenário está o alto valor da taxa de juros, atualmente em 14,75%. Para Ricardo Alban, presidente da CNI, a situação pode piorar diante das perspectivas de aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e da Medida Provisória (MP) do Setor Elétrico.
Isso porque, o aumento do IOF pode encarecer mais o crédito, aumentando a carga tributária sobre empréstimos para empresas em cerca de 110% ao ano. Além disso, a tributação no câmbio influencia diretamente na importação de insumos e bens de capital cruciais para o investimento privado e a modernização do parque produtivo nacional.
A CNI ressalta que essa dinâmica também evidencia as assimetrias do sistema de instrumentos de empréstimos, entre crédito e debêntures.
No que diz respeito às importações, a confederação afirma que existe um desequilíbrio entre consumo interno e a produção nacional. Enquanto o consumo das famílias aumentou em 1% e a demanda por bens industriais 1,2%, o setor industrial não conseguiu acompanhar esse ritmo. O que, mais uma vez, estaria relacionado aos altos juros que comprometeram a competitividade do setor no início do ano.
Diante desse cenário há o alerta para a desaceleração da economia nacional nos próximos meses. Com política monetária restritiva adotada pelo Banco Central (BC) prejudicando o desempenho do setor industrial, a expectativa é que a demanda e os investimentos sofram uma redução considerável. A projeção da CNI para o PIB de 2025 é de 2,3%.