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Fabricantes regionais serão os mais prejudicados com alta na taxa de energia elétrica

Por Portal de Bebidas Brasileiras| 04/11/2021

A indústria de alimentos e bebidas consumiu em outubro, 12,4% de toda energia elétrica produzida, segundo dados da Empresa em Pesquisa Energética (EPE). Isso coloca o setor de bebidas entre os 10 maiores consumidores de energia elétrica do ramo industrial.

Sendo assim, os fabricantes regionais de bebidas poderão ser um dos mais afetados pelo aumento da conta de energia elétrica, em especial devido a sazonalidade das vendas de verão e das festas de fim de ano, época onde existe uma maior demanda por energia elétrica.

O vilão por trás desse péssimo resultado é a crise hídrica. Com o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, entram em cena as usinas termelétricas. Porém, elas custam mais que a energia gerada pelas hidrelétricas, e isso gera custos finais para o setor industrial.

Só no setor de bebidas, o aumento da inflação registrada foi de 4,25% em setembro, acumulada ao ano de 2021. Isso traz perspectivas de redução na produção industrial futura.

Outra razão que corrobora para que os fabricantes regionais sejam mais prejudicados é a estrutura de mercado que existe no país. A realidade é um mercado extremamente concentrado por poucas empresas, em que o aumento da energia elétrica será um custo adicional para os pequenos empreendedores do ramo de bebidas, ou seja, mais uma nova barreira à entrada.

A falta de disponibilidade de tecnologias mais eficientes do consumo energético para produção, operação de maquinário e refrigeração são outras causas que podem afetar o ritmo da produtividade. O acesso dessas tecnologias é dificultado devido à baixa integração brasileira ao comércio exterior. Em outras palavras, os bens são caros e muitos produtores regionais não conseguem pagar por eles.

As soluções para tais problemas devem partir em especial do poder público. Descomplicar o setor de bebidas quando se fala em energia elétrica dependerá do investimento público em novas matrizes energéticas, além da redução de tributos em importação em equipamentos que consomem menos energia e remoção de barreiras à concorrência dentro do setor.