Falta ou alto custo de insumos prejudicam indústrias

Pelo quinto trimestre seguido a falta ou o alto custo de matérias-primas estão entre os principais problemas enfrentados pela indústria

Ainda sofrendo os efeitos pandêmicos a indústria brasileira enfrenta um problema global de abastecimento de matérias-primas. A falta ou o alto custo de insumos impacta empresas que utilizam insumos domésticos e, também, aquelas que usam insumos importados.

De acordo com os dados da Sondagem Industrial Especial, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 7 em cada 10 indústrias sofrem com dificuldades para adquirir insumos. Dentre os setores abrangidos pela pesquisa, o setor de bebidas está no décimo lugar entre as indústrias com dificuldade de obter insumos.

Dentro do segmento industrial das bebidas, 76% dos fabricantes sentem dificuldades em obter insumos domésticos, e 81% têm dificuldade de obter insumos importados. As fábricas regionais de bebidas são as mais afetadas pela falta de matéria prima. Nas palavras do presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, “Além da escassez, o sistema tributário e a concentração de mercado são outros fatores que interferem diretamente na produção. E também existem empresários que estão se aproveitando do custo logístico mundial para aumentar suas margens”, enumera.

Mas o cenário de otimismo movimenta a retomada de crescimento. O avanço da vacinação e a retomada das atividades econômicas gerou um descompasso industrial. As empresas não fizeram estoque, até mesmo para enfrentar a queda de faturamento, quando a demanda por material disparou foi mais rápido que a disponibilidade dos insumos no mercado.

Essa é a quarta Sondagem Especial que examina os efeitos da pandemia de Covid-19 no mercado de insumos e matérias-primas. Os dados da última edição da pesquisa da CNI mostram que apenas 5% das empresas que compõem a Indústria Geral acreditam que a normalização da oferta de insumos importados ocorrerá ainda em 2021. Já 31% das empresas acreditam que esse processo acontecerá no primeiro trimestre de 2022.

A desvalorização do real frente ao dólar é outra razão que explica o aumento no preço dos insumos. As incertezas do cenário fiscal e político fazem com que diminua a confiança no real. E como a maioria das matérias primas utilizadas na fabricação de bebidas são commodities, ou seja, são cotadas em dólar. Qualquer aumento pode encarecer o processo produtivo delas e aumentando o preço final do produto.

As informações na íntegra da pesquisa podem ser acessadas aqui.