Heranças da pandemia na indústria de alimentos e bebidas

As restrições causadas pela pandemia levaram ao fechamento de mais de 300 mil estabelecimentos, o que representa uma retração de 30% em relação a 2019. De acordo com dados do IBGE, embora em 2023 esses números tenham se recuperado, os hábitos adquiridos durante o período de isolamento persistem entre os consumidores.

Para a indústria de alimentos e bebidas o mais notável é a preferência por consumir os produtos em casa. No ano passado, o consumo domiciliar atingiu R$6,9 trilhões no ano, sendo o grupo de alimentos e bebidas 11% do total, um valor anual acima de R$750 bilhões, com base nos preços ao consumidor final.

Essa tendência também está atrelada à compra de produtos através do e-commerce, que aumentou sua presença no mercado de 4% em 2019 para 13% em 2023. Pesquisas sinalizam que os principais motivos para a preferência por parte dos consumidores é a facilidade, rapidez e comodidade. A consequência foi o aumento do investimento de redes varejistas em vendas online e em plataformas de marketplace alimentar.

Para o setor de bebidas o mercado e-commerce apresenta a vantagem de oferecer uma vasta gama de opções em um só lugar. Isso permite que os consumidores descubram e explorem marcas que podem não estar disponíveis em lojas físicas, representando uma vantagem competitiva contra os gigantes do mercado. No entanto, esse modelo de vendas exige uma atenção especial às interações e comentários dos clientes, destacando a importância de uma presença ativa nas redes sociais, onde, em 2022, 17% das pessoas encontraram produtos desejados através de perfis de lojas.

No que diz respeito às bebidas, as empresas precisam estar atentas às regulamentações de embalagens e logística. Apesar dos desafios, o crescimento exponencial do e-commerce tem impulsionado investimentos em tecnologia e parcerias, visando superar esses obstáculos e melhorar a experiência do consumidor.