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Bebidas Açucaradas: Refrigerantes São os Vilões?

Projeto de lei recebe críticas pelos critérios de seletividade do que é considerado bebida açucarada

Por Portal de Bebidas Brasileiras| 05/07/2024

De acordo com o Projeto de Lei 68/24, as bebidas açucaradas são definidas exclusivamente como refrigerantes e refrescos, considerados os principais responsáveis pelo aumento dos índices de obesidade e doenças crônicas no país. No entanto, será mesmo? Há uma variedade de bebidas no mercado com quantidades iguais ou até maiores de açúcares adicionados, que não serão afetadas pelo Imposto Seletivo.

Essa seletividade precipitada fica nítida quando consideramos que, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma doença multifatorial, influenciada por diversos fatores, como dieta, atividade física, nutrição na infância e fatores genéticos. Portanto, não pode ser atribuída apenas ao consumo de refrigerantes, conforme sugere a PL 68/24.

Além disso, um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), divulgado em maio de 2024, revela que a lista de alimentos com altos teores de açúcares não se restringe aos refrigerantes. Outras categorias, como bebidas lácteas achocolatadas e “petit suisse”, também apresentam níveis elevados de açúcar.

É injusto que, ao contrário dessas outras categorias, a indústria de refrigerantes seja punida, mesmo tendo se esforçado nos últimos anos para desenvolver produtos com teores reduzidos de açúcar, diminuindo de 10,6 em 2018 para 5,7 em 2023 a cada 100 ml. Mesmo com o setor se movimentando para redução, continua sendo estigmatizado como o principal vilão.

O presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, ressaltou as injustiças no mercado.

“A cada dia que passa, a reforma tributária que era para ser boa para as indústrias brasileiras se torna um pesadelo maior: mais taxas, mais seletividade e mais setores sendo prejudicados. É impossível medir o tamanho dos danos que o Imposto Seletivo terá nas indústrias de refrigerantes nacionais,” destacou Bairros.

Ele ainda ressaltou que esse fator só evidencia o que frequentemente acontece no Brasil: um setor específico é responsabilizado por um problema amplo, enquanto seria mais eficaz investir em políticas e ações governamentais que incentivem uma alimentação saudável. “A conta está sendo jogada para o setor de refrigerantes pagar,” concluiu Bairros.