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A biotecnologia industrial, também conhecida como bioinovação, está revolucionando a produção de uma vasta gama de produtos químicos essenciais para a agricultura, higiene doméstica, cosméticos, indústria alimentícia, farmacêutica e biocombustíveis. Entre os produtos tradicionais resultantes da fermentação microbiana estão ácidos orgânicos como lactato e citrato, antibióticos, aminoácidos usados como aditivos alimentares, vitaminas para humanos e animais, enzimas para detergentes e processos industriais, além do etanol como biocombustível.
As fermentações microbianas controladas, praticadas desde os primórdios da civilização para a produção de alimentos e bebidas, evoluíram no início do século 20 para processos industriais de larga escala, produzindo acetona, butanol e ácido cítrico. Hoje, essas fermentações são a chave para a produção sustentável de diversos produtos, especialmente diante da crescente demanda por alimentos à base de plantas e substitutos de carne e laticínios. A fermentação microbiana promete uma produção escalável e sustentável de alimentos e ingredientes valiosos.
Duas áreas de destaque na bioinovação são a biotecnologia agrícola (agro-tech) e os novos alimentos. No campo agro-tech, a agricultura vertical desponta como uma solução promissora, com potencial para até 40 colheitas anuais para certas culturas. Esta abordagem pode reduzir significativamente os custos de produção, poluição e uso da terra, mantendo a competitividade com a agricultura tradicional. Um exemplo inovador é a fabricação de células de levedura que produzem feromônios de insetos para controle de pragas, potencialmente eliminando a necessidade de pesticidas tóxicos.
O setor de novos alimentos está alinhado com a tendência social de reduzir ou eliminar a dependência de produtos de origem animal. Substitutos de carne à base de plantas proporcionam reduções superiores a 90% nas emissões de gases de efeito estufa, 99% no uso de água e quase 50% no consumo de energia.
Contudo, a biotecnologia industrial enfrenta desafios significativos, incluindo limitações no conhecimento científico e nas ferramentas moleculares e analíticas disponíveis, além de barreiras sociais, políticas e de mercado. A superação desses obstáculos é crucial para que a bioinovação alcance todo o seu potencial transformador.