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Modelo da Zona Franca é ‘desidratado e insustentável’, diz empresário do AM

Jesus Alves dos Santos sugere que agentes públicos encontrem novas matrizes econômicas

Por Cleomar Almeida e Braian Bernardo| 06/11/2019

O modelo da Zona Franca de Manaus é “desidratado e insustentável”, segundo o empresário Jesus Alves dos Santos, que deve ter seu nome anunciado como candidato a prefeito da cidade na próxima eleição. “Hoje, os postos de empregos na Zona Franca são 86 mil. Em 2006, tínhamos um 1,8 milhão de habitantes e 122 mil postos de empregos”, disse ele, referindo-se à redução da mão de obra contratada na região, durante um seminário político em Brasília.

Manaus, que completou 350 anos em outubro, é a capital do Amazonas. A cidade viveu dois grandes momentos: um deles no século 19, no período em que a extração do látex movimentava a economia da região, e outro em 1957, quando a Zona Franca de Manaus foi estabelecida por lei como modelo de renúncia fiscal.

 

“No meu entendimento, esse modelo já não atende às necessidades do nosso Estado, que, infelizmente, depende dramaticamente disso. Nossa cidade fica claudicando, em busca de oportunidades, porque 88% da arrecadação que temos em Manaus é oriunda do Distrito Industrial”, afirmou Santos, que nasceu em Eirunepé, a cerca de 1,7 mil quilômetros de Manaus. “Dependemos hoje desse modelo”, lamenta.

O empresário ressaltou a sua animação para encontrar outras matrizes econômicas. “Os agentes e gestores públicos precisam se debruçar sobre a matéria em busca de tentar encontrar novos modelos”, disse. Hoje, por exemplo, multinacionais de bebidas, como Coca-Cola, Ambev e Heineken, usam o modelo para terem renúncia de IPI e não empregam mão de obra na mesma proporção dos incentivos que recebem.

De acordo com Santos, que defende o desenvolvimento da região, ainda não há condições de interromper os incentivos fiscais, instantaneamente. “Seria um caos, como quando a Malásia levou as nossas matrizes de seringueira e deixou o nosso Estado em uma verdadeira decadência”, lembrou.