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Senador defende regalias da Zona Franca de Manaus e se alinha ao interesse de multinacionais
Por Cleomar Almeida*| 20/09/2019
A Polícia Federal suspeita que o senador Omar Aziz (PSD) utilizou recursos desviados da saúde estadual do Amazonas para benefício próprio e familiar. Ele é o mesmo parlamentar que defende o os benefícios fiscais concedidos para grandes multinacionais, como a Coca-Cola e a Ambev, na Zona Franca de Manaus.
O relatório apresentado indicia o senador por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa para desviar recursos do INC (Instituto Novos Caminhos), que gerencia as unidades de saúde do estado. A investigação aponta que o instituto contratava empresas que não prestavam os serviços descritos nas notas fiscais ou superfaturavam o valor cobrado.
A assessoria do senador emitiu nota dizendo que a decisão é equivocada e não condizem com a realidade, além de não se sustentar juridicamente. A defesa de Aziz conseguiu suspender a investigação e alega que o caso deveria ser analisado pela Quarta Vara Federal do Amazonas, e não pela Segunda.
Aziz, nomeado coordenador da bancada federal do Amazonas em Brasília (DF) e que se diz defensor da Amazônia, frequentemente discute formas de blindar a Zona Franca de Manaus na reforma tributária. De acordo com analistas de mercado, o senador claramente se alinha aos interesses de grandes indústrias que, ao se utilizarem do polo industrial, aumentam ainda mais os seus lucros e impedem a livre concorrência das empresas regionais de bebidas.
A Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil) trava uma firme batalha contra o oligopólio no mercado brasileiro de bebidas e, junto de seus associados, trabalha para chamar a atenção de parlamentares sobre a necessidade de acabar com as regalias concedidas na região amazonense. Segundo o presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros, a investigação da PF é um grande indício que revela a falta de integridade do senador que alinha interesses públicos ao benefício próprio.
A Operação Maus caminhos, deflagrada em 2016, já passou por seis fases de atuação e alcançou um total de 58 prisões preventivas e temporárias. Dentre os presos estão Moustafa, funcionários do INC, além dos três irmãos e da esposa do senador, Nejmi Aziz. (*Com informações de: UOL)