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Existe muita engenharia que envolve o pé de garrafas pet, mas é raro repararmos este detalhe
Por Fatos Desconhecidos| 27/11/2019
Vocês já repararam que as garrafas de refrigerantes, especialmente as de plástico, não têm fundo plano? O design, em suma, é diferente das garrafas de água. O fundo das garrafas de refrigerante, nesse ínterim, geralmente, tem cinco solavancos (pontas), ou ondulação. E não, as ondulações ausentes nessas garrafas não foram projetadas para dar uma aparência elegante.
Em síntese, o que queremos detalhar nesta matéria, é exatamente a engenharia dessas garrafas. Mas, afinal, por que as garrafas de refrigerante possuem esses solavancos e as de água não?
Basicamente, os recuos presentes nas garrafas de água, diferente das de refrigerante, servem para melhorar a estabilidade da garrafa. Ou seja, a presença desses recuos aumenta a resistência e, consequentemente, a rigidez. Isto ocorre devido à inércia em torno do eixo de flexão.
Em contrapartida, o design das garrafas de refrigerantes diferentes porque estes, na maioria das vezes, são vendidos frios. Em suma, quando um líquido é resfriado, seu volume muda. Por isso, as garrafas de refrigerante possuem os solavancos, para que a garrafa não se deforme quando o volume do frasco altera.
Além disso, existe outro motivos também que justificam a presença desses solavancos. O primeiro envolve o fato de que a maioria dos refrigerantes é pressurizada pela adição de gás. Nesse ínterim, a garrafa de plástico deve suportar a pressão.
Já a outra razão é que a presença dos solavancos ajuda a amortecer os choque,s quando a garrafa cai acidentalmente. Não acredita? Bom, na próxima vez que você comprar um refrigerante, tente esmagar a garrafa. Você pode esmagar, facilmente, a parte superior, mas não é nada fácil esmagar a parte inferior da garrafa.
Por fim, é importante ressaltar também outra diferença existente entre as garrafas de refrigerante e de água. No caso do refrigerante, analogamente, o tamanho da garrafa sofre uma certa diminuição em direção ao topo. Sabe por quê? Em suma, isso é para diminuir o centro de gravidade, o que também melhora a estabilidade.
Nas latas de refrigerante, o fundo, como sabemos, é arqueado para dentro, o que novamente confere boa estabilidade à lata. Basicamente, o que passa despercebido, mas que existe muita engenharia por trás do pé da garrafa.
Nos anos 1980 e 1990, existiam embalagens de água sem gás em plástico, geralmente de polipropileno (PP) ou poli, o famoso PVC. Porém, para água com gás e outras bebidas carbonatadas, a embalagem era de vidro. Tal realidade mudou a partir dos anos 1990. Após o advento do PET, tanto as bebidas com gás quanto posteriormente as sem gás, foram embaladas no novo plástico.
Em suma, o diferencial da garrafa PET é a capacidade de reter gás carbônico por períodos razoáveis. O que é bem diferente em relação ao PP e ao PVC. É essa capacidade de retenção do gás carbônico que determina o prazo de validade de uma bebida carbonatada. Além disso, a garrafa PET consegue, ao contrário de outros plásticos, aliar a transparência e a cristalinidade.
Analogamente, tal material é definido como cristalino quando os átomos e moléculas se empacotam de forma ordenada. O PET, basicamente, é o tipo de plástico mais fácil de cristalizar. O PP e o PVC, por serem amorfos, não. Em linhas gerais, plásticos amorfos são transparentes, pois a ausência de organização permite que a luz passe sem sofrer desvios.
Em contrapartida, são também bastante permeáveis. Ou seja, pode haver uma série de espaços vazios por onde gases podem passar. Por isso, água com gás ou refrigerantes não são embalados em PP ou PVC. Afinal, se fossem, pouco depois de produzidos, já começaria a haver perda de gás. Assim, a validade do produto não seria tão longa.