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Se aumentar ICMS de bebidas no Paraná, vai ser 'catástrofe', diz empresário

Diretor dos Refrigerantes Gold Scrin critica proposta do governo de aumentar alíquota para 29%

Por Cleomar Almeida| 01/12/2020

“Vai ser uma catástrofe, porque a nossa carga tributária já é pesada”, afirmou, nesta terça-feira (1), o diretor da fábrica Refrigerantes Gold Scrin, Paulo Pagani, sobre o projeto de lei do governo do Paraná que sugere aumentar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) de bebidas no Estado. Em entrevista ao Portal de Bebidas Brasileiras, o executivo ressaltou que o aumento da alíquota do imposto, de 18% para 29%, sugerido pelo governo do Estado, poderá provocar o fechamento da indústria regional e gerar mais desemprego.

O projeto tramita em regime de urgência e poderá ser colocado em pauta ainda nesta semana. A alegação do governo é de compensar perdas de arrecadação, cujo déficit previsto para 2021 chega a R$ 3 bilhões e que foram agravadas pela pandemia da Covid-19. No entanto, segundo Pagani, a aprovação da proposta prejudicaria mais de 20 mil trabalhadores, que atuam direta e indiretamente em indústrias do setor.

A indústria Refrigerantes Gold Scrin fica em Cianorte, a 500 quilômetros de Curitiba. É a fábrica mais antiga da cidade e tem papel extremamente importante para geração de emprego e renda.

De acordo com Pagani, executivos do setor ainda alimentavam a expectativa de que o governo paranaense viesse prestar apoio a empreendimentos locais, em consideração à crise provocada pela pandemia da Covid-19, em 2020. “Estamos passando o pior ano de nossa história. Fizemos esforços para não mandar gente embora.  No fundo, tínhamos esperança de que, voluntariamente, o Governo do Paraná concedesse estímulo para que empresas pudessem continuar abertas, gerando emprego e renda”, asseverou.

Se o projeto for aprovado, ressaltou Pagani, a probabilidade de fabricantes fecharem as portas é grande.“O ICMS é o maior imposto que a gente paga. É pesado, é violento. Nós, que somos indústrias regionais, não temos benefícios fiscais. O aumento da alíquota de 18% para 29% é fatal”, afirma o empresário. “Se aprovar a proposta, vamos fechar no dia seguinte”, lamenta ele.

Em todo o Estado, o aumento da alíquota do ICMS irá levar ao fechamento de diversos fabricantes regionais, empresas verdadeiramente paranaenses. Esses fechamentos provocarão a demissão de mais de 2.000 pessoas empregadas diretamente por estas empresas, e mais de 20.000 pessoas empregadas indiretamente.