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Compre do pequeno: 'Comércio local nos mantém vivos', diz Piracaia Bebidas

Diretor reforça mobilização de pequenas e médias empresas de refrigerantes durante pandemia

Por Braian Bernardo| 20/04/2020

“Precisamos fortalecer o nosso comércio local, que é o que realmente nos mantêm vivos no mercado”, pede o diretor da fábrica Piracaia Bebidas, Amilton Lima. O empresário reforça a mobilização de pequenas e médias empresas do Brasil que fazem campanha para que os consumidores priorizem produtos regionais principalmente durante a pandemia da Covid-19. A indústria fica em Piracaia, a 90 quilômetros de São Paulo.

A doença, que é provocada pelo novo coronavírus, já matou quase 166 mil pessoas no mundo todo e teve seu primeiro caso registrado no Brasil em 23 de janeiro deste ano. Associada da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), que apoia a campanha Compre do Pequeno, a Piracaia Bebidas teve, segundo o diretor, cerca de 20% de redução nas vendas de refrigerantes após o governo decretar o isolamento social da população e o fechamento de vários pontos de comércio para prevenção a Covid-19.

Lima diz que as restrições do governo foram “chocantes” e deixaram as empresas de bebidas de São Paulo “apavoradas”. Ele conta que buscou compartilhar ideias com representantes de outras fábricas do Estado para chegarem a um consenso de como agir para enfrentar o período de crise que estava por vir.

Como forma de levar ao público a importância da valorização de comércios e produtos regionais, a indústria paulista produziu um vídeo destacando a contribuição das pequenas e médias empresas na geração de empregos formais e informais. Confira abaixo o vídeo produzido pela Piracaia Bebidas para pedir apoio dos consumidores durante a crise econômica provocada pela Covid-19:

Enfrentando a crise

Além da marca Piracaia Bebidas, a fábrica de Amilton produz mais cinco marcas de bebidas, distribuindo exclusivamente os produtos Piracaia. O diretor conta que reforçou a produção dessas marcas e que focou no atendimento ao cliente para tentar manter o bom nível de vendas.

“Corremos atrás para fortalecer o refrigerante da Piracaia e também o que produzimos para terceiros. Refrigerantes são os que estão saindo ainda, o consumo continua razoável, mas houve uma queda de cerca de 20% nas vendas” ressalta Lima. “Para conseguirmos bancar isso, focamos em ações de marketing e priorizamos o melhor atendimento possível ao público por meio das redes sociais e atendimento por telefones”, destaca ele.

A fábrica suspendeu o contrato de colaboradores que se enquadrariam no grupo de risco de contaminação pelo novo coronavírus, além de iniciar a redução da jornada de trabalho na empresa nesta última semana. O diretor também afirma que deve fazer o financiamento para a folha de pagamento no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para continuar produzindo em alto nível pelo menos nos próximos dois meses.

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União do setor

“Esperamos que outras indústrias do setor de bebidas do Brasil se mobilizem para tentar fortalecer o seu comércio local. É o que realmente nos mantém vivos como empresas”, sugere o diretor da Piracaia Bebidas.

“É dia após dia. Não existe mágica”, assevera Lima sobre o trabalho para tentar manter o sucesso nas vendas da fábrica Piracaia Bebidas. “Temos de correr atrás e acreditar. Quem se mantiver vivo durante esse período, com certeza terá mais chances de crescer com a retomada da economia e melhorar a sua indústria”, pondera.

Impostos durante a pandemia

A crise econômica no Brasil provocada pela pandemia da Covid-19 obrigou o governo brasileiro a tomar decisões sobre o pagamento de tributos durante o período. O governador de São Paulo, João Doria, optou por não postergar ou reduzir o pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o que, na opinião de Amilton Lima, é um grande problema para as empresas de bebidas do Estado.

A ST (Substituição Tributária) é um dos modelos de tributação que o governo não postergou ou reduziu o pagamento. Esse imposto antecipa o recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), coletando na fonte, apenas uma vez, o imposto de toda cadeia produtiva inteira para garantir receita prévia para o Estado.

“Ainda temos uma reserva para custear a ST, que é um tributo extremamente nocivo às pequenas e médias indústrias de São Paulo. Estamos pagando o valor final antecipado, sem saber quanto a mercadoria deve render lá na frente”, critica Lima.