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Internautas dão recado a Bolsonaro e Guedes e atacam lobby de Coca e Ambev

Após dobradinha de lobby das multinacionais, cidadãos cobram postura de resistência do presidente

Por Braian Bernardo| 16/12/2019

Bombaram na internet as informações das tentativas de pressão da Coca-Cola e Ambev para continuidade das regalias de benefícios fiscais concedidos pelo governo na Zona Franca de Manaus. Internautas imploram para que o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, não cedam ao lobby das multinacionais.

Os internautas reagiram às reportagens publicadas pelo Portal de Bebidas Brasileiras, informando que os presidentes da Coca-Cola no Brasil, Henrique Braun, e da Ambev, Jean Jereissati, articularam uma dobradinha de lobby. No intervalo de sete dias, foram realizadas duas reuniões com Guedes e com o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre Jorge da Costa, em Brasília.

Até o dia 31 de dezembro, vale o Decreto 9.897/2019, que ampliou para 10% o benefício fiscal em IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) concedido a concentrados de refrigerantes. Braun e Jereissati estão desesperados porque Bolsonaro deve divulgar novo decreto até o final deste mês, já que o anterior não definiu porcentual da alíquota para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2020.

O presidente da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), Fernando Rodrigues de Bairros, alerta para a atitude do governo de atender apenas às demandas das grandes empresas. “Para superarmos as desigualdades do Brasil e desenvolvermos o país como um todo, é preciso que o governo garanta justiça social cortando as regalias das multinacionais, como Coca e Ambev, na Zona Franca de Manaus”, critica. “É extremamente importante que Bolsonaro e Guedes se comprometam com o Brasil, e não com interesses particulares das multinacionais de bebidas”, alerta.

Mobilização na internet

A repercussão na internet tem ocorrido na página da Afrebras no Facebook. Internautas reagem às informações das reuniões e suplicam para que Bolsonaro e Guedes resistam e não cedam ao lobby e às pressões articuladas pelas multinacionais.

Em um dos comentários, Joao Manuel Santos escreveu: “Sr. Presidente, o senhor tem poder legal para exercer o seu mandato, pois foi eleito por maioria no sufrágio direto. Enquadre, imediatamente, essas instituições que se beneficiaram com a corrupção. Não hesite. Neste caso, a hesitação pode custar-lhe muito caro”, alertou, para obter o apoio de vários outros internautas.

Alguns internautas buscam intercessão divina por Bolsonaro e Guedes, para que sejam abençoados e não caiam nas tentativas de Coca-Cola e Ambev. “Sr. Presidente e Sr. Ministro, resistam à tentação como Jesus resistiu para salvar o mundo e principalmente nosso Brasil. Sei que as tentações foram muitas e muitas, mas livrai-os de todo mal, amém”, escreve Tico Bernardino. Angela Dias registra que “só Jesus para dar força aos dois, porque está difícil”.

Bisa Andrade mostra apoio ao presidente da República, desejando-lhe força para a resistência contra o lobby das multinacionais de bebidas. “Estamos com Bolsonaro. No lugar dele, não cederia. Os caras [Coca-Cola e Ambev] já são multinacionais. A vida inteira se beneficiando de impostos”, declara.

“Forma fácil de resolver: taxem os produtos deles. O Brasil tem condições de fabricar ótimos refrigerantes”, assevera Ilton Campos, em outro comentário, em defesa da fabricação de refrigerantes regionais do país. Assim como Campos, o internauta Augusto César diz também ser a favor da valorização de bebidas verdadeiramente brasileiras: “Vamos parar de beber essas porcarias”, afirma, referindo-se à Coca e Ambev. “Vamos consumir produtos de empresas brasileiras”, destaca.

“Pacote por baixo da mesa”

Por outro lado, William Rodriguez acredita que o governo vai ceder ao lobby e seguirá com as mesmas estratégias enganosas de crescimento da economia. “Sabe aquele pacote por baixo da mesa, ou melhor, longe dos olhos do povo? Aí [o governo] vão alegar que isso resultará em mais emprego e blá blá blá”, critica o internauta.

Marino Pereira reclama da “folga” da Coca-Cola, que, mesmo com farras de incentivos atuais concedidas pelo governo, quer mais regalias. “A Coca-Cola querendo benefícios fiscais?” questiona. “Safadagem! São os refrigerantes mais caros do mercado! Não querem pagar tributos”, desaprova o internauta.

Vários internautas também expressam decepção com a Coca-Cola e Ambev, afirmando até que não irão mais consumir produtos das marcas. Eduardo Kimura Filho alerta sobre a tradição da multinacional de refrigerantes: “Não viram como foi criada a Coca-Cola? Foi traição desde o início”, conta.

O internauta Joel Grande Honorio reprova a atitude das multinacionais de articularem lobbys contra Bolsonaro e Guedes: “Poxa, Coca Cola e Cervejaria Ambev, contra o governo é golpe baixo”, critica. Maria Edna Graça ressalta que “quanto maiores as empresas, mais corruptas são”. “Só querem os benefícios e o resto que se lasquem”, lamenta ela.

Outros internautas, como Jose Francisco, também questionam o enriquecimento dos donos das multinacionais. “Engraçado! Enquanto eles ganham essas isenções, o dono da Ambev, Jorge Paulo Lemann, se torna o homem mais rico da América Latina. Mas, e se ele tivesse que pagar corretamente seus impostos?” questiona.

Acompanhe a repercussão no Facebook da Afrebras, acesse: www.facebook.com/Afrebras/