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No Congresso, empresários defendem indústrias de bebidas nacionais

Mobilização é organizada pela Afrebras às vésperas do lançamento de frente parlamentar

Por Cleomar Almeida| 10/09/2019

Em meio às discussões sobre a proposta de reforma tributária, empresários de refrigerantes visitaram, nesta terça-feira (10), parlamentares no Congresso Nacional, em Brasília, em mobilização pela defesa das indústrias de bebidas brasileiras. Eles pediram, entre outros pontos, o fim dos benefícios concedidos às multinacionais do setor na Zona Franca de Manaus e da substituição tributária, que permite a cobrança de ICMS logo no início da cadeia produtiva, e não após a venda do produto ao consumidor final.

Os empresários manifestaram apoio ao deputado federal Guiga Peixoto (PSL-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista Bebidas Brasil, que será lançada no dia 25 de setembro, às 9 horas, na Câmara dos Deputados. Eles estavam acompanhados do presidente da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), Fernando Rodrigues de Bairros.

“Desde 1960, o número de empresas de refrigerantes no país caiu de 892 para 262. Essa redução de 71% no segmento levou o desemprego a milhares de famílias brasileiras. Tudo isso é fruto de uma concorrência desleal e injusta”, afirmou Bairros. “Por outro lado, multinacionais de bebidas, como Coca-Cola e Ambev, têm uma série de benefícios fiscais no país, aumentando ainda mais os seus lucros”, acrescentou o presidente da Afrebras.

O deputado federal ressaltou a importância das bebidas nacionais para movimentar a economia e disse que vai atuar, de forma incansável, para que haja justiça tributária efetiva no Brasil. “Sabemos da importância desse setor para movimentar a economia em nosso país, gerando emprego e renda para milhares de famílias”, acentuou. “Temos certeza de que cada indústria regional carrega um grande diferencial em sua área de atuação e, juntas, todas levam qualidade ao consumidor brasileiro e fazem o setor de bebidas nacionais ser referência em boa parte do mundo”, destacou o parlamentar.

Diretor da indústria do Guaraná Mineiro, sediado em Minas Gerais, o empresário Ítalo Silva ressaltou a necessidade de os demais empresários se unirem na mobilização em Brasília. “A nossa organização faz com que o próprio setor seja conhecido e valorizado”, ponderou. “Os benefícios às grandes empresas na Zona Franca de Manaus e o regime de substituição tributária estão entre os maiores gargalos que afetam as indústrias de bebidas regionais”, asseverou.

Enquanto visitava os parlamentares, o empresário Guilherme Peixoto Soares, das Bebidas Rinco, reforçou a importância das pequenas e médias indústrias de bebidas para a geração de emprego e renda no país. “São empresas que envolvem muita gente e isso tem de ser visto pelos parlamentares. Não temos um lobby como as grandes indústrias para conseguirmos visibilidade e incentivos fiscais como elas, mas vamos continuar atuando em defesa da isonomia tributária no país”, acentuou. A indústria dele é sediada em Goiás.

O executivo Harriman Faria, das Bebidas Jota Efe, cuja sede está localizada em Minas Gerais, também integrou a comitiva de representantes de indústrias de bebidas brasileiras. “Hoje, a tributação é muito diferenciada, penaliza os pequenos e interfere na concorrência no mercado, beneficiando as grandes empresas e multinacionais”, criticou.

Representante dos Refrigerantes Rochedo, em Pernambuco, Clodoaldo Amorim destacou a grande relevância da mobilização em Brasília. “Existe muita distorção referente aos tributos no mercado. Precisamos vir ao Congresso para explicar melhor as nossas demandas. Os tributos e impostos, da forma como estão hoje, prejudicam a livre concorrência”, reforçou.