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Empresários fortalecem mobilização em Brasília antes do lançamento de frente parlamentar
Por Cleomar Almeida| 17/09/2019
Executivos de bebidas regionais disseram, nesta terça-feira (17), que a Zona Franca de Manaus provoca distorção no mercado e prejudica a livre concorrência. Eles se reuniram no Congresso Nacional, em Brasília, para chamar a atenção dos parlamentares para a necessidade de acabar com as regalias concedidas a grandes empresas e multinacionais do setor na região amazonense, no momento em que é discutida a proposta de reforma tributária no país.
Acompanhados do presidente da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), Fernando Rodrigues de Bairros, os empresários visitaram parlamentares, seguindo uma mobilização do setor iniciada no dia 10 de setembro. Eles se organizam para o lançamento da Frente Parlamentar Mista Bebidas Brasil, que é presidida pelo deputado federal Guiga Peixoto (PSL-SP). O evento será no dia 25 de setembro, às 9 horas, no restaurante Taioba, na Câmara dos Deputados.
“A Zona Franca de Manaus é uma fábrica de créditos de impostos. As empresas beneficiadas não geram a quantidade de empregos necessária e de forma proporcional, retirando bilhões de reais dos cofres públicos”, criticou o empresário Paulo Roberto Schincariol. Ele é presidente da Refrix Envasadora de Bebidas, que produz os Refrigerantes Xereta, em Tietê, a 140 quilômetros de São Paulo.
O executivo Murilo Parise, diretor da Bellpar Refrescos, reforça que a “Zona Franca de Manaus causa distorção no mercado”. “Só as grandes empresas conseguem ter acesso à região para instalarem as suas unidades, já que o custo de instalação é muito alto”, afirmou, para continuar: “Essa discrepância é um tapa na cara da sociedade como um todo”. A Bellpar fica em Conchas, a 180 quilômetros de São Paulo.
O presidente da Afrebras destacou a importância da mobilização e destacou a postura do ministro da Economia, Paulo Guedes. “O ministro já fez declarações públicas de que o Brasil não pode ter uma região beneficiada em detrimento de outras”, acentuou Bairros. “A Amazônia necessita de investimentos e deve ser preservada, mas a Zona Franca não pode continuar como palco para grandes empresas, como Coca-Cola e Ambev, aumentarem seus lucros e fortalecerem o oligopólio no setor”, acrescentou.
O diretor dos Refrigerantes Xereta ressaltou que a mobilização é imprescindível para que os parlamentares entendam melhor a realidade das indústrias regionais de bebidas. “As empresas de bebidas devem se mobilizar e mostrar aos congressistas as dificuldades do nosso setor”, alertou. “Hoje, há condições diferentes para empresas maiores e multinacionais, enquanto as menores são esquecidas. Defendemos igualdade de condições para competir nesse mercado”, frisou Schincariol.
Na avaliação do diretor da Bellpar, as bebidas regionais poderão conquistar justiça no mercado se houver empenho de todos os representantes do setor, já que a proposta de reforma tributária tem sido bastante discutida no Congresso Nacional. “A gente só consegue mudar alguma coisa se houver empenho e dedicação de todos. Os mais interessados somos nós mesmos. Se a gente não vier atrás, ninguém vai fazer pela gente”, disse Parise.
O advogado Graziano também integrou a comitiva como representante da Indústria de Bebidas Vieira Rossi, sediada em Tatuí, a 142 quilômetros de São Paulo. Na ocasião, os executivos também reivindicaram o fim da cobrança antecipada de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), expandindo a medida que passará a ser adotada em Santa Catarina para os vinhos a partir do mês de outubro.
O deputado federal Guiga Peixoto destacou a importância do setor de bebidas regionais para a economia do Brasil. “Representar o setor na presidência da frente parlamentar é incentivar essas indústrias e a geração de emprego e renda no nosso país”, asseverou. “Com muita alegria, encontrei representantes do setor de bebidas da nossa região que fazem parte da nossa Frente”, disse ele.